domingo, 30 de dezembro de 2012

RETROSPECTIVA 2012: UFC no Brasil.

Nesse ano de 2012, três edições do UFC ocorreram no Brasil. A primeira em janeiro, na Cidade Maravilhosa. Era o UFC Rio II, com José Aldo x Chad Mendes na luta principal, onde o manauara defendia o cinturão dos pesos-pena, em seu poder desde a inclusão da categoria no Ultimate. No co-evento principal, um ídolo nacional. Vitor Belfort enfrentava Anthony Johnson. E nas duas lutas principais, os brazucas fizeram a sua parte. O carioca finalizou no primeiro round com um mata-leão. Aldo teve mais trabalho lutando contra o californiano, quando acertou uma joelhada certeira no rosto de Chad Mendes a 1 segundo do fim do primeiro round. Assim que o árbitro brasileiro Mário Yamasaki declarou o fim do combate, o manauara foi, literalmente, pra galera.

Literalmente na galera, José Aldo comemora vitória no UFC Rio II

UFC 147, Belo Horizonte. Confusão, mudança de local e cortes marcam edição mineira do evento.

Controvérsias marcaram o UFC 147. A única coisa que se sabia era que o evento seria realizado no Brasil. A luta principal, a princípio, seria a tão esperada revanche entre Anderson Silva e Chael Sonnen. Era pra ser em São Paulo e não deu certo. O evento então, foi transferido para o estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, onde poderia ter o maior público da história do Ultimate. Problemas impossibilitaram a realização do evento no estádio. Ainda teriam as finais do TUF Brasil e a tão esperada revanche entre Vitor Belfort e Wanderlei Silva, os treinadores da primeira edição brasileira do reality show. Eles lutaram apenas uma vez, em 1997, no UFC Brasil, que foi realizado no estádio do Canindé, quando o carioca venceu o paranaense em 44 segundos. O evento foi transferido para Belo Horizonte, onde aconteceria no ginásio Mineirinho. A luta entre Spider x Sonnen foi transferida para o dia 7 de julho, no UFC 148, em Las Vegas. Em seguida, Belfort fraturou a mão e foi cortado do evento. Foi substituído pelo americano Rich Franklin, ex-campeão dos pesos médios. Outro grande corte foi de Daniel Sarafian, finalista do TUF entre os pesos médios, onde enfrentaria Cezar Mutante. Ele sofreu uma lesão no bíceps e foi substituído por Serginho Moraes, a quem derrotou na semifinal do programa. Mutante e Serginho protagonizaram um dos melhores combates até hoje no Ultimate. O presidente Dana White comparou o duelo entre os brasileiros a Stephan Bonnar x Forrest Griffin, na final da primeira edição do reality show americano e pediu para que fossem realizadas mais edições no Brasil.

Wanderlei Silva encara Rich Franklin na pesagem do UFC Minas.
Era o segundo duelo entre o "Cachorro Louco" e Rich Franklin. Em 2009, os dois se enfrentaram no UFC 99, na Alemanha, e Wand foi derrotado por decisão dos juízes, contestada até hoje pelo brasileiro, que se declarou o vencedor do combate naquela ocasião. No segundo tira-teima entre os dois, Wanderlei Silva quase venceu por nocaute no segundo round, quando acertou uma porrada certeira no americano, que imediatamente desabou. Rich Franklin foi salvo pelo gongo e depois venceu novamente por decisão unânime. Dessa vez, "The Axe Murderer (Machado Assassino em inglês)" assumiu a derrota, mas fez uma grande atuação diante da torcida brasileira e ganhou o prêmio de melhor luta da noite. "Quase nocauteei, passei do ponto, mas luta é isso. Obrigado pelo apoio, fico muito feliz de lutar pra vocês, essa torcida é realmente maravilhosa" - disse o treinador do time azul do TUF Brasil.

UFC 153, Rio de Janeiro. Mudanças, cortes, show da Team Nogueira e salvadores do evento.

A terceira edição do UFC Rio já era esperada após o UFC 147, em Minas Gerais. Cinco lutadores foram retirados do card. 

  1. Erick Koch: O lutador estava escalado para enfrentar José Aldo na disputa do título dos pesos-pena. A luta era pra acontecer no dia 21 de julho, no UFC 149, em Calgary, no Canadá, mas o campeão se lesionou e ficou de fora. Koch se machucou e perdeu a chance de disputar o cinturão.                                                                                                      
  2. José Aldo: O manauara defenderia seu título e foi cortado do evento após sofrer um acidente de moto no Rio de Janeiro.
  3. Frankie Edgar: O ex-campeão peso-leve ia substituir Erik Koch contra o manauara, mas foi cortado do evento após José Aldo sofrer um acidente de moto. Continuou no card quando foi cogitada uma disputa de título interino entre ele e Chad Mendes, o último rival de José Aldo, na única luta do manauara em 2012, mas o combate não aconteceu.
  4. Quinton "Rampage" Jackson: Ídolo mundial e ex-campeão do PRIDE e do UFC, o lendário lutador enfrentaria o mineiro Glover Teixeira no co-evento principal da noite. Morando em Recife, o americano era tietado por onde passava, mas, infelizmente, se lesionou e teve de ser cortado do evento. Ele ficou triste por não lutar no Brasil e foi substituído pelo carioca Fábio Maldonado.
  5. Gerônimo Mondragón: O lutador paraense faria a sua primeira luta no UFC, onde enfrentaria Gabriel Gonzaga, mas foi diagnosticado com Hepatite C e cortado do card, onde queria lutar. A luta foi cancelada, e Napão transferido para outro evento do Ultimate no Brasil, que será o UFC São Paulo, no dia 19 de janeiro, no Ibirapuera.
As salvações do evento, que beirou até mesmo ser cancelado, como foi o UFC 151, foram dois ídolos nacionais, além de um certo "psicopata". 

  • Rodrigo Minotauro: O maior ídolo do MMA nacional se propôs a lutar no Brasil, com pouco tempo de preparação. Dana White atendeu o pedido, e o escalou para enfrentar o americano Dave Herman, que havia sido nocauteado por Roy Nelson em maio, no UFC 146.

  • Anderson Silva: O maior lutador da história do UFC fez até demais para salvar o evento em seu país. Ao saber do cancelamento da luta principal, o "Spider" se ofereceu para lutar entre os meio-pesados, já que estava acima do peso da categoria onde é soberano (até 84 kg, peso-médio) e defender seu cinturão, do qual é dono desde 2006. Dana White ficou feliz e colocou Silva na luta principal. 

  • Stephan Bonnar: O "psicopata americano" foi convocado para enfrentar o maior lutador de MMA de todos os tempos em seus domínios. Não titubeou e aceitou. Ele foi vice-campeão da primeira edição do "The Ultimate Fighter", quando perdeu para Forrest Griffin, mas também ganhou um contrato com o UFC. Até hoje, Griffin x Bonnar é lembrado como um dos melhores combates de toda a história do MMA.

Avassalador, Anderson Silva destrói Stephan Bonnar e dá show no UFC Rio III.
Além do show de Anderson Silva, que brincou com o "psicopata americano" e ganhou a luta quando quis, o maior ídolo brasileiro no MMA deu a volta por cima. No UFC 140, em dezembro do ano passado, Minotauro teve a chance de vencer Frank Mir por nocaute técnico, mas quis finalizar. O americano escapou e aplicou uma kimura que quebrou o braço do brasileiro. Ele ia lutar dia 21 de julho, em Calgary, no Canadá, contra o francês Cheick Kongo pelo UFC 149, mas a lesão ainda o incomodava, e ele foi cortado. Quando já estava 100%, se ofereceu para lutar no Brasil, e Dana White aceitou. Resultado, uma finalização (chave de braço) sobre Dave Herman, que ironizou o jiu-jítsu brasileiro.

Minotauro golpeia Dave Herman. Brasileiro venceu com seu jiu-jítsu e calou a boca do americano

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