sexta-feira, 6 de setembro de 2013

UFC 162 - O fim de uma era (repostado)

Vitória da superação: Chris Weidman faz impossível acontecer e nocauteia Anderson Silva
Após perder quase tudo na tempestade Sandy, no ano passado, americano se reergue, luta sério, não entra no jogo de provocações do brasileiro e faz história no MMA. Revanche será em dezembro


POR: Lucas Costa

Uma era que durou seis anos. Há oito anos, ele não sabia o que era perder. Desde o Pride Shockwave 2004, quando perdeu para Ryo Chonan por finalização. Desde então, Anderson Silva demoliu quem via pela frente. Deve uma derrota por desqualificação para Yushin Okami, em 2006, em um outro evento antes de ir para o UFC, mas isso não conta. Desde então, vitórias sobre Chris Leben, Rich Franklin, James Irvin, Patrick Côté, Travis Lutter, Dan Henderson, Nate Marquardt, Forrest Griffin, Demian Maia, Chael Sonnen (duas vezes), Yushin Okami e Stephan Bonnar. Tudo ia bem até demais até Chris Weidman aparecer. Tudo indicava que o Spider passaria fácil pelo novaiorquino, que perdeu quase tudo na tempestade Sandy, que arrasou a costa leste americana no final do ano passado. Ele dormia na garagem da casa da sogra, que também foi devastada. Perdeu a casa, perdeu muitos bens, mas não perdeu a fé. Com respeito e seriedade, fez o que parecia impossível e nocauteou o maior lutador da história do Ultimate Fighting Championship, de 10 defesas de título bem sucedidas, e de três shows na categoria de cima. Após derrotas na carreira por finalização ou decisão dos juízes, Anderson Silva sentiu o amargo gosto de ser nocauteado. Após brincar muito durante a luta, provocar e fazer o seu jogo mental de induzir o adversário a um único deslize, qualquer que fosse, o Spider acabou pagando caro e revoltou muitos de seus fãs, que esperavam uma nova atuação de gala do brasileiro.


Anderson provoca Weidman: Brasileiro brincou para induzir adversário ao erro, mas dessa vez não deu certo.
O primeiro round foi todo de Chris Weidman. Determinado a coroar a sua história de superação com estilo, o americano foi com tudo pra cima, já Anderson se mostrava despreocupado, com algo em mente para decidir em algum deslize do desafiante. Quase foi finalizado e, por muito pouco, não viu a imagem de Ryo Chonan se repetir com Weidman. Provocações e golpes fecharam o primeiro round. Em desvantagem, Anderson começou a brincar, tentando induzir Chris a errar para que caísse em sua teia. Seus treinadores pediam para que ele encerasse a luta de uma vez, pois não lutava contra Chael Sonnen. Por centímetros, não acertou o chute frontal que nocauteou Vitor Belfort em 2011. Foi aí que o americano foi pra cima socando, e Anderson desviando até onde podia. Até que veio o fatal gancho de esquerda de Chris Weidman, no queixo, certeiro. O brasileiro desabou, até levar mais alguns socos e ver o árbitro Herb Dean encerrar, além da luta, uma era.


Chris Weidman faz o impossível e nocauteia Anderson Silva: brasileiro assistiu ao video dias depois e admitiu: "Podia ter dado um passo pra trás, pro golpe não entrar, mas não pensei naquilo na hora".
Com o cinturão, enrolado na bandeira americana e feliz da vida, Chris Weidman comemorava o momento máximo de uma vitória não só no octógono, vencendo o maior lutador que o UFC já viu, mas a batalha mais importante ele venceu: a da vida. Parabéns, Chris Weidman!

E quanto a Anderson Silva, o brasileiro elogiou o adversário, foi fortemente vaiado e cogitou até se aposentar. Mas cedeu e aceitou a revanche que o próprio Weidman lhe propôs (isso bem depois da luta). Julgaram a atitude do brasileiro como desrespeito ao adversrário. Na hora, Weidman xingou o Spider após vencer, mas em entrevista, disse que já estava preparado para o jogo mental de Anderson.

- Você me deu a chance de te enfrentar. Agora, quero retribuir com a revanche - disse Weidman num bate papo com fãs na internet, um mês após conquistar o título.

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