Dos 10 brasileiros que entraram no octógono, apenas três saíram vitoriosos. Ex-campeão volta a vencer após três anos e meio. Patolino e Mutante são nocauteados, e argentino cai de vez nas graças da torcida brazuca
Foi uma verdadeira noite do terror na primeira vez do UFC em Porto Alegre. Eram 10 brasileiros no octógono na noite, e 7 perderam. E quem piscou na luta principal, perdeu. Antônio Pezão e Frank Mir entravam no ginásio do Gigantinho em busca de retomar o caminho das vitórias. O paraibano não vencia desde 2013, quando nocauteou o holandês Alistair Overeem. De lá pra cá, perdeu para Cain Velásquez na disputa do cinturão, empatou com Mark Hunt numa verdadeira guerra na Austrália e foi nocauteado por Andrei Arlovski em Brasília. Já o ex-campeão da categoria estava num jejum bem maior. Há quase quatro anos, Mir não sabia o que era ter seu braço levantado pelo árbitro central. O americano havia finalizado Rodrigo Minotauro no UFC 140, em 2011, após quase ter sido nocauteado pelo lendário lutador. Desde aquele dia, foram quatro derrotas consecutivas. Em maio de 2012, foi nocauteado pelo então campeão Junior Cigano. Depois, deu as boas vindas a Daniel Cormier, em abril de 2013 e acabou derrotado. Em agosto, num encontro de ex-campeões pesos-pesados do UFC, Mir foi atropelado por Josh Barnett ainda no primeiro round. Em fevereiro do ano passado, foi trucidado pelo holandês Alistair Overeem, e ficou a um passo de ser demitido.
Mas ontem, tudo mudou. Com apenas 1:40 do primeiro round, o ex-campeão acertou um cruzado de esquerda que desnorteou Pezão. No ground and pound, foi só liquidar a fatura e esperar a intervenção do árbitro Mário Yamasaki, para voltar a ter o braço levantado ao fim da luta.
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| Após retrospecto negativo, Frank Mir nocauteia Antônio Pezão em Porto Alegre e volta a vencer após três anos e meio. Ex-campeão pede por trilogia contra rival Brock Lesnar |
PESADELO EM PORTO ALEGRE E ARGENTINO SALVADOR
Na primeira luta da noite, a expectativa era de um show brasileiro no Rio Grande do Sul. Ex-campeão do Jungle Fight, Ivan Batman passou por Josh Shockley de forma tranquila, vencendo por pontos. Na segunda luta, Douglas D' Silva venceu Cody Gibson também na decisão unânime dos juízes, lutando de forma segura. Mas no terceiro combate do card preliminar, a sorte parece ter ido para o lado dos ianques. Primeiro, Mike de la Torre teve que perder 25kg para ficar no peso da sua divisão. No octógono, venceu Tiago Trator por nocaute técnico no primeiro round. Em seguida, foi a vez de Matt Dwyer surpreender e nocautear William Patolino com um superman punch avassalador também no primeiro período. Também no primeiro round foi a derrota de Jéssica Andrade. A paranaense acabou finalizada pela francesa Marion Reneau com uma guilhotina com apenas 2 minutos de combate.
Mas na abertura do card principal, a sorte voltou para o Brasil. Não, pera. Xodó dos brasileiros após a grande atuação no TUF Brasil 2, onde foi finalista e se machucou, o argentino Santiago Ponzinibbio não deu chances para Sean Strickland, que não sabia o que era perder. O hermano engatou a segunda vitória consecutiva desde a derrota para Ryan LaFlare, em sua estreia pelo UFC em 2013. No ano passado, o "argentino gente boa" havia nocauteado Wendell Negão.
Logo em seguida, Iuri Marajó não resistiu ao americano Frankie Saenz e caiu na decisão dos juízes. Mas Adriano Martins tratou de recuperar o prestígio brasileiro na noite, ao vencer o russo Rustam Khabilov, também por pontos. Foi a segunda derrota do europeu, que já havia perdido para o ex-campeão Ben Henderson no ano passado. Campeão do TUF Brasil 1 nos pesos médios, Cezar Mutante chegou a arrancar aplausos da torcida em golpes de capoeira. Deixou Sam Alvey grogue, mas foi surpreendido pelo adversário e acabou nocauteado com 3:34 do primeiro round. A sorte definitivamente acabou para os lutadores da casa quando Michael Johnson passou por cima de Edson Barboza e ficou mais perto da disputa de cinturão no peso-leve.
Enfim, uma noite para os brasileiros esquecerem.
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